Para
fazer cessar o pensamento é indispensável entender inicialmente o
mecanismo do pensar. Preciso, até o mais profundo do meu ser,
compreender o pensamento como um todo. Preciso examinar cada pensamento;
eu não posso deixar que algum deles escape sem ser plenamente
compreendido; desse modo, o cérebro, a mente, todo o ser ficarão
bastante atentos. E quando então eu perseguir todo e qualquer pensamento
até o fim, até a extremidade de sua raiz, desse momento em diante,
verei que o pensamento cessa por si mesmo. Não preciso fazer nada a
respeito porque o pensamento é memória. A memória é a marca deixada pela
experiência e, enquanto a memória não for compreendida de forma plena e
total, continuará a deixar marcas. A partir do momento em que eu tiver
vivenciado completamente a experiência, esta não deixará marcas. Desse
modo, se examinarmos cada pensamento e descobrirmos onde se situa a
marca, e se permanecermos com essa marca, aceitando-a como um fato, esse
fato irá desnudar-se e fará cessar esse processo particular de pensar,
de maneira que cada pensamento, cada sentimento será compreendido. Então
o cérebro e a mente se libertarão de um acúmulo enorme de recordações.
Isso requer tremenda atenção, atenção não apenas para as árvores e os
pássaros, mas atenção interior, para cuidar que cada pensamento seja
compreendido.
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